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24 de jan. de 2012

Som da alma

Se me perguntas a razão dessa paixão não terá resposta.
Nunca fui de me emocionar com palavras, elas machucam, batem, caem, quicam e quebram por toda parte, já o som, o som sempre me emociona.
O som que te lembra de que está vivo, aquele acorde especial que sempre vai te lembrar algo, um dia, um momento.


Não falo da paixão por qualquer som, falo da paixão por aquele som, o som do violoncelo, o cello.


Passo horas do meu dia a pesquisar, estudar, preparar e visualizar obras dessa arte, a arte que já mais me fascinou em todo o meu curto período de vida.
Não irei falar da origem do cello, nem das técnicas e nem vou transformar esse texto em aula.


Aqui vai a minha declaração ao cello, declaração de amor.


Mesmo sem nunca tem tocado é só ouvir um som, um acorde, nota que já me arrepia a alma, meche comigo a ponto de não saber decifrar a sensação, desespero talvez, pois toca em minhas feridas mais profundas, fala tudo que não consigo dizer, já que sempre fui fechada demais para demonstrar sentimentos, prefiro que vejam minha alegria a minha verdadeira fraqueza.


Mas é só ouvir uma sinfonia, ou como prefiro chamar, uma interpretação da alma que tudo que está dentro se transborda, a melhor sensação já vivida, a de liberdade de si mesmo.
Quando não se aguenta mais guardar tantas amarguras dentro de um só ser, não se aguenta mais não sentir é só ouvir um som, coisa tão simples, uma simples onda sonora derivada da ressonância de vibrações por dentro das entranhas de um tampo harmônico que sinto minha própria alma gritando.


Dentro do tampo harmônico há uma peça, que da sustento para que o corpo fique firme, sinto que essa peça ao vibrar é como meu coração a bater.
Os mais estudados na arte do som dizem que o som do cello é o que mais se assemelha a voz humana por causa de suas propriedades de alcance de notas, deve ser por isso que a cada nota sinto algo dentro de mim gritar.


http://www.youtube.com/watch?v=erpMcIq6RYY


Sintam o pouco da emoção da voz do cello, mesmo que não sintam o mesmo que eu, o que é mais provável que aconteça, apreciem um pouco desse bom som.

24 de dez. de 2011

Nada mais que natal

E hoje é natal, e o que restou? nada.

Sempre pensei em como o natal era uma época feliz, para se comemorar em família com presentes e demonstrações de afeto.
Agora eu cresci, e o que vejo? vejo um natal frio, mas não com a frieza da neve, afinal eu moro em um país tropical.

Agora vejo que o natal é um dia triste, o dia mais nostálgico do ano, podemos dizer assim.
Ontem, dia 23 de Dezembro, andando pela cidade vejo o efeito criado pelo famoso "espírito natalino", pessoas que eu nem conhecia me cumprimentavam desejando um feliz natal, na fila do caixa de supermercado uma senhora comentava comigo como era difícil ter que enfrentar uma fila enorme para comprar só um pote de café, no horário de almoço o restaurante lotado, temos que nos sentar com algum estranho, diferente de todos os outros 365 dias do ano, dessa vez "o estranho" puxou assunto, sobre a vida, sobre natal.

Fico a pensar como o mundo seria bem melhor se esse "espírito natalino" fosse cotidiano. Assim as pessoas se ajudariam mais, sentiríamos mais segurança no meio em que vivemos, pois não estaríamos cercados de estranhos.
Mas isso é impossível claro.

Agora me deparo com o natal passado, não o último natal, mas o natal do meu passado.
Nostalgia, das histórias absurdas contadas por nossos familiares em que insistíamos em acreditar, o cheiro da ceia que invadia nossos quartos dizendo que já estava na hora de se aprontar, as roupas exageradas para simplesmente ficarmos dentro de casa e recebermos os familiares, os presentes que sempre nos esperavam no pé da árvore de natal na manhã do dia 25.
Árvore de natal que aliás foi montada por mim, árvore de dois metros que geralmente ocupava um dia inteiro do meu dezembro e outro dia inteiro do meu janeiro.

Agora? estou no meu quarto bagunçado como sempre, com minha perna enfaixada, olhando para a tela do computador, sentindo o cheiro de ceia de natal que vem da casa dos vizinhos, e sabe de uma coisa?
Ainda assim é uma data muito especial.

Pelas lembranças. Por saber que tenho hoje a noite uma festa de família para ir, mesmo que não seja das melhores festas, não seja das melhores famílias, é a minha, e por isso se torna a melhor pra mim.

Por esse ar de natal que invade toda a cidade, e esse sentimento não é determinado por religião, nem pelas pessoas, eu não sei o que determina esse sentimento, e é isso que o torna tão especial, o mistério.
E sim, eu estava errada em tentar esquecer deste sentimento, esquecer do passado que ele abrigava, esquecer do que te faz feliz nunca é bom, e é impossível de ignorar o natal, como se fosse só mais um dia, agora eu sei que é, sei que aquele filme clichê de sessão da tarde estava certo, porque mesmo que tal coisa seja irracional para você, se te faz feliz não pode ser ignorado.
Agora não acredito em metade do que acreditava, nem sei no que acredito, só sei que esse sentimento de que há algo em especial nesse dia é real.

Clichê? Sim, e muito.

Para finalizar desejo um feliz natal a todos, por que natal não escolhe se você é religioso ou não, preto ou branco, cruzeirence ou atleticano, rico ou pobre, do bem ou do mal, ou é só um internauta perdendo parte de seu dia lendo isso.


15 de nov. de 2011

Quatro letras e dois corações

Sempre tento fugir dos clichês, mas afinal o que torna algo clichê? O fato de ser repetitivo, ou de ser constantemente usado.


Por pedidos de leitores, por vontade própria, por falta de inspiração, por já ser quase de madrugada e não conseguir dormir irei hoje falar de um dos assuntos mais perturbadores que assombram a humanidade, o assunto mais deslumbrante, usado tantas e repetitivas vezes por autores de livros, músicas, poemas, contos e simplesmente palavra ao vento.
Tal assunto vem se tornado clichê, ridículo para a juventude moderna, constrangedor, fictício como um jogo.
Mas afinal é um jogo, um jogo aonde não há perdedores e ganhadores, no final ou os dois perdem, ou os dois ganham.
Já conseguiu perceber do que estou falando?

Estou falando da palavra de quatro letras, duas sílabas, um milhão de sentidos, e apenas dois corações.
Palavra que nem os mais sábios cientistas e poetas conseguiram desvendar, no Aurélio seu significado é insignificante perto de tamanha grandeza e mistério.

Estou falando do, do... amor.

Afinal o que mais seria?


Nos dias de hoje é quase impossível falar disso sem ser "zoado", sem sair constrangido ou arrependido.
Nos dias de hoje as canções evitam falar disso explicitamente, os autores tem medo de se expor.
Como diria meu grande ídolo e inspiração Renato Russo: "Como é que se diz eu te amo nos dias hoje em dia? Eu pensei que era: vamo fica um pouquinho gatinha."


Sabias palavras de um sábio homem, que não tinha preconceitos, não tinha medo de amar a ninguém, abriu seu coração a amar ambos os sexos, sem seleção por nada.
Claro que sempre haverá seleção, gostos, é mais do que natural do ser humano, de todos os animais.

A espera nos dias de hoje pela perfeição é muito continua, você leitor que está lendo minhas palavras nesse momento deve estar dizendo: eu não espero pela perfeição, quem espera é burro.

Mas eu te digo, espera sim, todos nós esperamos.
Culpa de hollywood? não totalmente.


Desde que somos crianças esperamos um dia nos apaixonarmos por alguém, e quando ver essa pessoa faíscas sairão, a chuva se cessará, nascerão borboletas em seu estômago, suas pernas irão bambear e seus pensamentos serão somente dedicados a tal pessoa.

Mas ai acontece, e nos decepcionamos, não é como imaginávamos, as faíscas incendiarão o local, a chuva molhará sua face a ponto de não conseguir distinguir suas lágrimas, as borboletas te darão enjoo, as pernas bambeando te farão cair, e não terá nem mais seus próprios pensamentos como refúgio.


Passa o tempo você começa a se acostumar com a presença de tal indivíduo, é normal demais para você, as faíscas só saem as vezes, quando a eletricidade é maior, a chuva só virá as vezes, quando a presença de tal pessoa é ameaçada, as borboletas morrerão, suas pernas aprenderão a andar firmes, como as de um bebê que finalmente aprendeu a andar sozinho, e seus pensamentos serão mais sensatos.

Mas pelo incrível que pareça, esses são os sinais de que seu amor amadureceu, deixou de ser adolescente e passou para uma nova fase. E mesmo que pareça que não nesse estágio o amor só é mais forte e concreto.

Todos nós passamos anos procurando pelo romance, todos nós precisamos do romance, aquele romance criado e fantasiado pelas impressas cinematográficas que tratam tudo como motivo para vender filmes.
Mas fazer o que? esses pensamentos já tomaram conta de nossa cabeça, agora virou necessidade, precisamos de romance, palavras bonitas, mesmo que não sejam reais, torne-as realmente ditas, ao virar vento viraram realidade, pois vento é real, você consegue senti-lo bater em sua face, em seus cabelos, mesmo que eles não sintam.


Olhares, troca de olhares não mordem, não tenha medo de olhar, de se expor, normalmente diria que se expor é ruim, que te torna vulnerável, mas o que melhor a ser vulnerável ao sentimento? O sentimento gera a arte, beleza que encanta gerações e gerações. Muda a forma de ser, mas continua a encantar.

Nem todo amor é forte, há vários estágios, várias formas de amar, nem todo amor é paixão, há o amor de irmão, de amigo, de mãe, de companheiro, alguns até imperceptíveis, que só se percebe que era amor quando se perde o amado(a).


E com nossas palavras tortas, amedrontadas, nós nos expressamos de diversas formas, formas as vezes não românticas, mas são formas, formas que precisam de maior interpretação, maior atenção, mas continuam sendo formas.

As vezes desistimos antes de tentar, a decepção nos toma por completo, a desilusão é maior que nossa força de vontade, e guardamos em silêncio o que está querendo expressar nosso músculo cardíaco.

Então não espere perder tudo para depois se lamentar, como diria a cantora Pitty:

"Não sei mais o que tenho que fazer pra você admitir, que você me adora, que me acha foda, não espere eu ir embora pra perceber".


"E hoje em dia, como é que se diz eu te amo?"

Legião Urbana

"Talvez seja verdade, eu não posso viver sem você, e talvez dois seja melhor que um"
Taylor Swift

"Este coração, bate, bate apenas por você, meu coração é seu"
Paramore

"A razão porque eu te amo é você, sendo você, só você"
Avril Lavigne

"Mulher, eu quase não consigo expressar, minhas emoções confusas em minha negligência ... eu te amo, hoje e para sempre"

John Lennon


"Perder você é como viver em um mundo sem ar"
Jordin Sparks

"Você é a luz da lua de minha vida todas as noites, enviando-te todo o meu amor, os batimentos de meu coração pertencem a você"
Green Day

"Deveria eu me perder do amor, meu fogo e luz? Para perseguir uma pena ao vento"
Led Zeppelin

"O amor não é uma competição, mas eu estou vencendo"
Kaiser Chiefs

"Quando olho em teus olhos posso ver um amor reprimido, mas querida quando eu te abraço, você não pode ver que eu sinto o mesmo?"
Guns n' roses

Tantos músicos, poetas, de diferentes estilos e tribos já disseram, e você? Já disse eu te amo?

15 de out. de 2011

Passa o tempo

Em um piscar de olhos, passaram-se anos.
Lembro como se fosse ontem, tudo.

Minha infância, acontecimentos, brinquedos, doces, saudade.

Hoje me sento aqui, observo essa casa, esse bairro, essa cidade, lembranças.

Tudo me traz lembranças.

O tempo passou rápido demais, poucos anos foram-se mais rápido do que o esperado, aconteceram coisas demais nesse tempo, coisas que não deviam ter acontecido, coisas boas, saudades de você.


Não sei porque mas hoje senti uma forte vontade de lhe escrever uma carta.
Sei que não é uma data muito importante, é só mais um ano, mais um aniversário.
A última e primeira carta que lhe escrevi foi no dia em que você partiu.
Fique tranquilo, está guardada em um lugar seguro, junto com as outras cartas que recebi durante minha curta vida.


Queria antes de mais nada lhe agradecer, por tudo.

Por me fazer do jeito que eu sou, por me dar o seu nome, por ter sido rigoroso comigo, por ter me ensinado a ser quem eu sou, por ter escrito na minha porta o seu nome, por me abraçar nos dias frios e falar que estava magra demais, por me ajudar a roubar doce da cozinha quando ainda era pequena demais, me ensinar que o doce roubado é mais gostoso, me dar severos corretivos quando estava errada, me ensinar o que é o certo e o errado.

Me desculpe pelas minhas mal criações, pelas inúmeras vezes que disse que você não era meu pai, você era sim meu pai, de coração.

As lágrimas que derramo agora não são de tristeza, não se preocupe, são de emoção, felicidade.

Hoje reflito sobre tudo que passei, sobre você, e tenho certeza que você está me observando.

Muitas pessoas me disseram que escrever isso não seria saudável, sentimental demais para um blog, falar com você não é saudável, se é assim eu quero sucumbir de doença.


Observo árvores passando por mim, pessoas, o banco que você fez ainda está intacto, a grama que eu costumava rolar, a árvore aonde você se escorava estão sendo substituídas por concreto, diferente de minha vida, que quanto mais passa os anos mais fica mais incerta, aventureira.

Como você que a cada estrada, cada caminho que seguia vivia uma nova aventura, a vida é como o seu caminhão, passa três meses em um caminho, muda de caminho, da voltas, se perde, sente saudades, mas no fim sempre se direciona ao mesmo lugar, aonde estou agora.

Hoje completo 14 anos de vida, pouco tempo demais, espero que faça muitos outros 14 daqui em diante, espero que sempre que completar 14 novamente lembre desses primeiros 14, lembre dessa carta, lembre de você, lembre de tudo que já passei, de tudo que passo e do que passarei.

Espero ter histórias para contar.




10 de out. de 2011

Novela: 10º capítulo

Ai meu Deus isso havia realmente acontecido.

Gwen e Brad estavam ali, parados no meio da pista de dança, olhando um para o outro com um olhar abobado e ao mesmo tempo envergonhado, agora todos a sua volta já estavam olhando para eles, comentando, apontando e alguns até rindo.

Depois de tanto tempo de paquera e indiretas finalmente Gwen e Brad haviam dado seu primeiro beijo, desajeitado claro, afinal estamos tratando de dois tímidos, mas perfeito para o momento.


Gwen levanta sua cabeça e olha em sua volta, de suas amigas levantavam-se risinhos, Henrique e Drew estavam a ponto de explodir de tão vermelho que estavam seus rostos, e no canto enquanto servia um cachorro quente a uma senhora estava Guilherme que viu a cena mas preferiu ignorar, fingindo que não havia se importado.

Então outra música começa a tocar e eles continuam com seus passos desajeitados tentando ignorar os olhares alheios, a banda do local tocava uma música sertaneja lenta que não era do gosto de nenhum dos dois, mas nenhum deles importava com o que estava tocando desde que estejam um na presença do outro.


Então por um segundo Brad murmura para Gwen:

- Então você não se importa do fato de meu pai estar na cadeia.

E ela responde:

- Não mesmo
- Você é uma garota realmente diferente Gwennever.

Ah se ele soubesse por onde tenho andado e o que venho descoberto por essa semana - pensou Gwen.

Depois de dançarem mais músicas a festa já chegava ao fim, Gwen resolveu que já era hora de ir para a casa e Brad a acompanhou.

No caminho contavam casos, conversavam sobre diversos assuntos, desde suas preferências musicais até o que haviam feito nas últimas férias, descobriram que havia mais em comum entre os dois do que imaginavam.

No fim do percurso sabiam que iriam se ver novamente amanhã no ensaio de sua banda de garagem, mas mesmo assim Brad beijou Gwen novamente como se fosse última vez que se veriam.


Aquela noite não foi fácil dormir para nenhum dos dois, ambos além de pensar um no outro tinham problemas demais para encarar uma boa noite de sono.


8 horas da manhã de um domingo, Gwen já está em pé escolhendo a roupa que iria ao ensaio, nunca tivera muita frescura com isso mas afinal essa era a primeira vez que veria Brad novamente depois de o "incidente".

Passou na casa de Lili para irem ao ensaio juntas, ela tocava bateria na banda e pra variar estava atrasada para descer, só podia estar escolhendo a roupa, como sempre, nunca havia visto alguém tão indecisa como essa garota, escolhia a roupa que iria usar como se escolhe-se um candidato a presidente da república.

Finalmente Lili desce e as duas caminham até a casa de Vitória, a tecladista da banda, era na garagem dela que eles ensaiavam.

Caminham mais uma quadra e encontram Brad, sem jeito eles não sabem como se cumprimentar, um simples oi amigável, selinho, beijo no rosto, ah bela confusão!


Caminhavam mais uma quadra e Gwen começava a ficar inquieta com um homem que estava andando na mesma direção que eles a já um bom tempo.


Mais alguns metros e ela começou a perceber que o homem os encarava de uma maneira estranha, sim agora ela já tinha certeza, ele estava os seguindo.

Então ela cochicha para Lili e Brad:

- Gente olhem para trás discretamente, eu acho que esse homem está nos seguindo.

Depois de algum tempo de analise os dois chegam a mesma conclusão que ela, e Brad diz:

- Vamos apressar o passo faltam poucos metros para a casa da Vitória.

Então eles andam mais rápido, mas o homem que parecia não se importar para o fato deles já terem percebido que estavam sendo seguidos apressa o passo também e assim que eles chegam a casa de Vitória e tocam a campainha, o homem os alcança, todos os três a essa hora já estavam morrendo de medo, Os dois minutos que Vitória levou para abrir a porta nunca pareceram tão demorados.

Para a surpresa dos garotos ao se aproximar o homem entrega um bilhete a Gwen e com uma voz grossa e rouca diz:

- É melhor comparecer, meu patrão fica muito nervoso quando alguém não comparece aos seus encontros.


Gwen chocada tenta disfarçar dizendo:

- Pronto gente, vamos entrar a porta já se abriu.

Sem entender Brad diz:

- Não vai abrir o bilhete, parece ser algo importante.

Lili que já imaginava do que se tratava o bilhete, disfarça dizendo:

- Não temos tempo para romancezinho adolescente, vamos, vamos, o ensaio!

Eles riram e adentraram a garagem de Vitória, lugar escuro, úmido, ferramentas velhas, poster de bandas antigas e admiradas nas paredes de concreto, poeira por toda parte, ou seja, o lugar perfeito.


E o tempo passa, momentos bons sempre passam rápido, logo já é depois do almoço, hora de voltar para a casa, o gosto maravilhoso do almoço que a avó de Vitória lhes havia oferecido ainda ocupava suas mentes.

Brad se despede de Gwen com um beijo, a essa hora ela já estava se acostumando com seus beijos, tudo o que é bom é fácil de se acostumar. A essa hora todos do bairro já sabiam do novo romance que pairava pelo ar, notícias ali pareciam voar.


As ruas daquele pacato bairro se tornavam cenário de mais um romance, quantos já devem ter passado por lá.

Se não fosse por tantos problemas Gwen estaria nas nuvens. Bem ela estava quase lá.

Em um baque Gwen é trazida de volta para a atmosfera por uma dor, não era uma dor comum, nem se quer era uma dor, era um ardido, um forte ardido em sua cicatriz.

Talvez fosse um sinal, de algo que ela ainda não tinha descoberto.

O que ela sabe é que aquela vez foi somente a primeira de muitas outras vezes em que sua cicatriz ardia, parecia tentar se comunicar com ela.
Isso era bizarro demais para se preocupar - pensava Gwen.

Então ela se lembra, se lembra do papel, o bilhete amassado que ainda estava no bolso de sua calça jeans.


Gwennever, me encontre no galpão que há ao lado do lote vago atráz da rua flor de fogo as 16:00, Não se atrase!!!
Max


E agora, já eram 15:45 e ela iria se atrasar, ainda nem tinha falado com Guilherme, alguém precisava saber que ela estava indo lá, caso algo acontecesse.

No mesmo instante ela tranca a casa, corre até a casa de Guilherme, toca a campainha.

1 min, 2 min, 3 min, 4 min! Cada minuto parecia uma eternidade agora. Parecia que naquele dia as pessoas estavam demorando mais que o normal para atender a campainha. Mas quem sabe ele não estava em casa, tivesse saído para as compras com a mãe, ou para a oficina com o pai, agora ela já entrava em desespero, quem mais poderia avisar se não ele.

Foi nesse momento que Guilherme abriu a porta, seus cabelos negros e lisos, e sua pele branca pálida nunca pareceram tão angelicais.


Gwen conta tudo sobre o bilhete que suas palavras misturadas com saliva e ansiedade se confundem ao soar, Guilherme não entende, ela tem que repetir, mais tempo é perdido, agora já era 15:54.


Ao terminar de explicar, Guilherme só tem um argumento:

- Eu vou com você.

- Mas pode ser perigoso, ele provavelmente quer que eu vá sozinha. - Argumentou Gwen.

- Não importa, eu vou com você - rebateu Guilherme decidido.

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Por hoje ficamos por aqui queridos leitores, aproveitem nossa amada novela, mas não deixem de conferir também os outros textos do blog.
Até a próxima,

Mila

MEU mundo (só meu)

Deixe-me cair, entregar-me a minha loucura particular, meu mundo, meus pensamentos insanos, caem, quicam, batem contra a parede.

Na parede há sangue, não sei sua origem, queriam que houvesse colchões, queriam que minha blusa preta estampando a foto de uma de minhas bandas favoritas fosse substituída por uma camisa de força.

Olá, meu nome é ninguém, sou aquela garota que senta no fundo da sala, só fala quando se dirigirem a ela, aquela, de cabelos vermelhos mal tratados jogados sobre o rosto.


Você diz que sou calada demais, só estou em outro mundo.
Sinto muito que você não consiga entrar nesse mundo, ele eu habito sozinha, e talvez seja assim por um bom tempo.
Nesse mundo alguns já entraram, saíram, visita passageira, viram o que tinha lá dentro e não gostaram.
Mundo de imaginação, mentiras possíveis, lá eu me refugio, talvez lá seria um mundo mais interessante, talvez esse seja interessante demais para ser explorado. Talvez eu não mereça essa aventura.


Deixe-me transbordar, quero me misturar a minha bagunça pessoal, não ser encontrada por dias, pensar, somente pensar, viajar em imaginação, filosofar ao ver o vazio e significativo branco do teto e lembrar de momentos felizes.
Não me importo se nesses momentos monstros vierem me assombrar, com lembranças passadas ruins, erros incorrigíveis.

Não quero acreditar no incorrigível, quero correr sem rumo, mergulhar em mar de melancolia, nadar de braçadas pelas suas mentiras.

Quem disse que sou louca, louco eles que são.
Qual afinal é a razão de seguir a racionalidade, não quero ser nunca racional demais, afinal nunca gostei de exatas.

Faço o caminho mais longo de volta para a casa, converso com os mortos, ouço música alta, sei que sua presença me faz falta, sei que isso me faz mal, quem liga, eu não. Minha obssessão, me sustentará até o fim, cercada por outras pequenas obssessões.

O mundo deu voltas demais, é culpa da gravidade!

Se não fosse por ela poderíamos flutuar com mais facilidade, sem precisar do esforço de usar a imaginação, nos dias de hoje tudo é difícil.

Pensamentos diferentes, refugio, loucura, chame como quiser.

Mas quem sabe tudo isso não é só mais uma ilusão, só mais uma reação química, quem sabe meus pensamentos são só efeito dos remédios, quem sabe eles me controlam tanto a ponto de não me deixarem pensar naturalmente, quem sabe ele controla os outros e eu sou a única que não caiu em suas armadilhas, quem sabe esteja sozinha no mundo, e todo o resto é ilusão criada por minha mente.
Quem sabe eu não seja uma mentira, a imaginação de alguém que não tinha nada melhor para fazer.

Quem sabe toda minha imaginação não é imaginação, e aonde vivemos é o outro lugar, o outro lado do espelho, quem sabe meus sonhos não sejam a realidade, e aqui é só um sonho, ou as vezes um pesadelo assombroso.

Quem pode provar que tudo isso é real, ninguém, eu sou ninguém.

Gosto de sentar e olhar quem passa, pessoas, pássaros, cachorros de rua, crianças, adultos, idosos, jovens casais.

Me coloco no lugar de cada um, imagino como seria estar no lugar deles, no corpo deles, na mentalidade deles, em seu mundo particular.
Quem sabe nesse momento não esteja de passagem por o mundo particular de tal pessoa, tenho certeza que ela está de passagem pelo o meu.

Não deixará pegadas, nem eu no dela, afinal tento ao máximo ser uma visita bem educada.

O que importa é que naquele momento tal ser, tão insignificante perto da grandeza de tudo, esse mundo que não passa de um lado do espelho, o outro lado do espelho, o mundo particular de cada um, o mundo em comunhão dessas pessoas com quem elas amam, outras galáxias ainda não exploradas por minha pequena mente. Tal pequeno ser passa a ser o centro de tudo isso.

O que ela está fazendo aqui, qual é o seu objetivo com tudo isso, por que o destino me fez encontrar com essa pessoa logo agora, será que tudo não passa de peças de um grande quebra cabeça, não sei, só quero imaginar, não quero provar do gosto de saber que estou certa, não preciso de provar nada para ninguém, pois assim que se passa por meu mundo, só meu de mais ninguém, se torna real.


2 de set. de 2011

Lembranças

Deitada agora naquela mesma cama antiga ela lembrava de tudo, como um flecha que acerta um alvo todas aquelas lembranças bateram em seu coração assim que entrou naquele quarto.

Ao abrir a porta o cheiro forte de mofo penetrou seu corpo e a deixou mais tonta do que já estava.

Olhou em volta, ele agora parecia bem menor do que quando tinha apenas 9 anos e se mudou para aquela casa. Na época seu pai acabara de falecer em um acidente de carro, então ela, sua mãe e seu irmão se mudaram para aquela antiga casa, para aquela nova cidade.


Ela não tinha nada a reclamar do local, lá havia feito muitos amigos, estudava em uma boa escola, lá teve seu primeiro namorado, sua primeira decepção, seus primeiros pensamentos de liberdade, suas primeiras restrições, as primeiras responsabilidades, os primeiros fracassos, os primeiros sonhos, as mudanças de ideia e os amores, que sempre parecem bem maiores do que realmente são.


Estava enjoada graças a quimioterapia, seus cabelos começavam a cair, logo os seus cabelos que ela tanto gostava.

Dava mais uma olhada em volta de seu quarto, provavelmente seria a última vez que o veria, apesar de todas as palavras que todos a diziam, que aquela era só mais uma fase e que iria superá-la assim como superou a todas as outras doenças que já tivera, mas ela sabia, dessa vez era diferente.


Alguns barulhos vindos do lado de fora da casa a chamam a atenção, por uma pequena varanda que havia em seu quarto ela conseguia ver a rua de sua casa, buzinas de carro a perturbavam pioravam sua constante dor de cabeça, do outro lado da calçada ela avista alguns de seus antigos amigos. Não que eles brigaram e não eram mais amigos, mas provavelmente a esse ponto eles não deviam mais lembrar de sua existência, deviam se perguntar se ela já havia morrido.



Com os olhos mareados ela caminha até sua "cápsula do tempo", uma caixinha enfeitada com caveirinhas e corações que uma vez uma amiga lhe dera de aniversário. Era nessa pequena caixa que ela guardava suas lembranças mais fortes, todas aquelas que havia juntado em seus 15 anos de existência, o de mais importante que ela queria levar para a vida toda.

Dizia a todos que aquelas coisas só poderiam sair daquela caixa quando tivesse quarenta anos para mostrar para seus filhos e chorar ao sentir aquela nostalgia boa.

Mas agora era sua última chance de sentir tal nostalgia, de chorar de saudades de abrir aquela caixinha e revelar mais uma vez aquelas lembranças.
Então lentamente ela pega a pequena chave, roda pelo cadeado e abre.


A primeira coisa a ver é uma camiseta vermelha e amarela que havia comprado com seus amigos na praia de Copacabana, nela havia a assinatura de todos que haviam participado da excursão, ao ver cada nome borrado de caneta uma lágrima derramava de seus olhos.

Lembrou daquela noite, com apenas 11 anos de idade ela e dois amigos riam dos outros que tinham caído com roupa e tudo no mar, estavam ensopados e já era hora de tomar o ônibus para voltar para a casa, ela e seus dois amigos não conseguiam parar de rir até que com um baldinho de criança que fora abandonado ali mesmo na areia os ensopados juntaram um pouco de água e os molharam também, molharam não, ensoparam.

Em vez de sentir raiva pelo feito eles simplesmente riram mais ainda.
Na volta de ônibus eles jogavam jogos enquanto todos assinavam a camisa dos outros, para ter algo para se lembrar de sua primeira viagem com amigos daqui a muitos anos.



No canto direito da caixa havia em um pequeno plástico um fio de cabelo quase imperceptível. Aquele fio de cabelo pertencia a sua cantora preferida, de quando ela havia ido ao seu show a dois anos atrás, até hoje não conseguia acreditar na sorte que tivera em conseguir pegar aquele fio.
No auge do show a cantora e o guitarrista da banda se atiraram na plateia e com sorte enquanto eram levados pela multidão ela e sua amiga arrancaram fios de cabelo dela, na confusão o único que restara era aquele que se encontrava na sua mão agora.
Isso a faz lembrar do que mais amava, ouvir o CD que fora apresentado naquela turnê enquanto pensava no futuro.

Metade disso não poderia mais ser feito, mas pelo menos o CD ela colocou para tocar no antigo som que havia ganhado de seu pai um pouco antes de sua morte.

Era impressionante como aquele som ainda estava funcionando, ela o usava praticamente todos os dias, mais impressionante ainda era aquele CD todo arranhado pelo uso ainda estar tocando.


Mais para a esquerda espremido estava seu pequeno álbum de fotos, pretendia colocar mais fotos ali com o tempo, mas esse passou mais rápido do que ela imaginara e agora não teria mais chances.
A primeira foto era dela em sua antiga escola de música, com seus amigos todos abraçados e jogados em cima de um puf.
A segunda era mais antiga, da época que morava na sua cidade natal no interior de São Paulo, uma típica foto de formatura, em sua pequena beca de quando formou na primeira série.
Logo depois vinha uma foto sua e de uma amiga fantasiadas de Mário e Luigi enquanto uma fingia chutar a outra por causa de um cogumelo que a outra estava comendo.

Outra foto mostrava ela e seu primeiro namoradinho quando tinha doze anos abraçados, ao ver essa seus olhos lacrimejaram novamente, ela ainda não havia o esquecido apesar de saber que ele já esquecera ela a muito tempo.

Em um momento se arrependeu por cada palavra dita durante uma briguinha que tiveram, a maioria não era verdade incluindo o fato dela ter dito que seu coração não batia mais forte por ele, nem por ninguém.



Mais ao fundo da caixa estavam em uma sacolinha plástica de sua livraria preferida cartas escritas por sua amiga, elas tinham mania de trocar cartas, agora se perguntava se sua amiga também guardava todas aquelas cartas que ela havia lhe entregado, entre todas essas cartas aonde uma amiga abria o seu coração para a outra estava mais uma carta em que um antigo amigo havia aberto seu coração, uma antiga declaração de amor, de quando ela ainda estava na quinta série. Mesmo sendo a tanto tempo ela ainda se arrependia da maneira fria que tratou esse amigo, um dos poucos que realmente se preocupava com ela na época.

Mais a fundo no mar de papeisinhos dobrados com caligrafia de carta ela encontra um mais amassado ainda, daquele ela não se lembrava, diferente das outras que foram escritas com capricho essa estava toda borrada com letras tortas e infantis, ao ver a data rabiscada no verso ela se lembra: essa era uma página arrancada de seu antigo diário, mas não era qualquer página de qualquer dia, era um desabafo, um pequeno desabafo que havia feito aos nove anos assim que soube que seu pai havia morrido.

Leu aquilo com relutância, o dia mais triste de toda sua vida estava relatado em um pequeno papel rosa com desenhos de borboletas azuis.


Na caixa encontrava-se mais lembranças, como um tubo de tinta de cabelo que havia usado aos doze quando pintou seu cabelo escondido, e junto uma foto do estrago que havia feito.
Vários canhotos de ingressos de shows e sessões de cinema inesquecíveis, não só pelo que estava passando na telona mas também por quem estava ao seu lado.
Bilhetinhos trocados com seus amigos durante as entediantes aulas, seu antigo caderno de música, a cabeça de um ursinho de pelúcia que havia disputado com seu primo quando ainda tinha apenas 6 anos, e para o tristeza de todos o rasgara ao meio.

Sua coleção de adesivos que havia abandonado quando ainda havia 10 anos.

Um exemplar de sua revista favorita, o melhor de todos na sua opinião, um mangá, um toquinho de lápis de olho, uma meia causa rasgada e toda furada com cigarros que roubara de seu vizinho no ano passado e dois envelopes, em um deles se encontrava uma cartinha feita por seus amigos e colegas de classe todos desejando melhoras ou dizendo que sentiam sua falta, essa havia entrado na cápsula a pouco tempo mas parecia um passado tão distante de agora.

Isso a fez lembrar de um dia de aula, um de seus últimos dias.

Ela sempre havia sido uma garota problemática, até o dia que descobriu que mais um problema iria destruí-la, ela tinha leucemia e já estava em um estagio avançado da doença, nesse dia toda a revolta de uma vida bateu de uma vez, não era algo passageiro dessa vez, ela nunca iria a faculdade, ou ter filhos e casar-se, ela sabia, mesmo sabendo que tinha chances ela sabia que não iria viver por muito tempo, aliás tinha essa sensação a muito tempo.

Disfarçava que estava mal, era a piadista da sala, brincalhona que só vendo, só contou sobre a doença para os amigos mais chegados que juraram não contar a ninguém.

Até o dia em que estava em uma aula de ciências, sua matéria preferida e aos poucos desfaleceu naquele chão frio coberto por mochilas.

Desde então não voltou mais a aula, um de seus amigos encarregou-se de contar a todos o que estava acontecendo, então recebera aquela cartinha de seus colegas.


A outra carta diferente das outras não era de um amigo ou de muito tempo atrás, era uma carta que ela havia escrito para si mesma, para ela ler daqui a 25 anos, quando supostamente iria abrir a cápsula para examinar os objetos.

Nela havia instruções de ideais a serem seguidos, clichê mas bonitinho, como queria abrir essa caixa aos 40 anos.

E cobrindo o fundo da caixa havia uma antiga blusa de seu pai, que por alguma razão mágica ainda havia o seu cheiro, o cheiro que ela sentia quando avistava um grande amigo, mais que um amigo, uma grande inspiração.

Colocou tudo dentro da caixa e com um pedaço de fita adesiva pregou a chave do cadeado na tampa, quem sabe um dia alguém achasse aquela caixa e ai lembrasse daquela garotinha que ela fora.


Pegou seu violão, como amava ele, suas mãos tremulas não tinham muita força para tocar, mas ela achou preciso tocar uma última música.

Não sabia qual de tantas músicas que amava tocar, por fim ficou com uma que ela mesma havia feito a um ano atrás, retratando a dor que sentia na época que seu antigo namorado havia a deixado, dor que não parecia nada comparada com a de agora.
Tocava aquela música pensando, na vida, na sua quanto no geral, será que era muito ruim morrer, será que a cirurgia iria doer, será que aquela seria realmente a ultima música que iria tocar, não conseguia acreditar nisso.

Deixou o violão no mesmo canto que sempre o deixava entre o armário e sua cama.

Pegou uma bolsa aonde colocou uma muda de roupa, suas meias preferidas, uma blusa confortável e uma calça de moletom que não gostava muito mas era a única que não iria incomodá-la.

Antes de sair e trancar o quarto excitou, deu uma última olhada naquele quarto que sempre odiara por ser muito infantil mas agora amava tanto, queria passar até seus últimos momentos ali, trancada, ouvindo seus CDs.

Caminhou até a porta de casa aonde sua mãe a esperava com o rosto abatido, ao -la disse palavras confortantes mas no fundo sabia que eram apenas palavras.

Uma última olhada na rua, aonde vivera grandes aventuras com seus amigos num passado que parecia mais distante a cada segundo.

Ao chegar no hospital entrou no quarto aonde tinha passado o último mês de sua vida lutando contra a doença que a consumia, a enfermeira que a tratava a um mês carinhosamente veio com seus remédios e um barbeador elétrico para raspar seus cabelos, sua cirurgia já era amanhã pela manhã.


Ao acordar não conseguia caminhar foi carregada até uma maca, estava bem pior agora, não conseguia pensar racionalmente tudo que via era figuras e olhares rodando por sua volta mas sabia que tudo ficaria bem, de uma forma sabia que se morresse naquela sala de cirurgia iria morrer feliz pois aproveitou ao máximo seu tempo de vida.

A anestesista a tocou suavemente e ela fechou os olhos, para sempre.
 
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