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19 de jun. de 2011

Novela: 8º capítulo

Aonde Gwen havia se metido dessa vez. De um lado sua mais nova e complexada chorando, e do outro sua mais nova tia olhando-a com um olhar enfurecido.
Por uma fresta da porta ela conseguia enxergar o rosto como sempre confuso de Gui.

Então a mulher pergunta:

- Então garota quem é você

Gwen não sabia o que dizer, diria seu nome, diria que era sua sobrinha mas ainda nem tinha certeza disso, agora ela não tinha certeza de mais nada.

Como uma espécie de salvação Domênico apareceu na porta e disse:

- Essa é sua sobrinha Léia, filha do Roberto.


Nesse mesmo instante Léia que antes estava com uma expressão rude esboçada no rosto, logo mudou sua expressão. Agora seu rosto esboçava raiva, mas não da garota.

- Ora ora olha só quem é, da última vez que te vi você ainda usava fraldas.


Gwen não sabia o que dizer, nunca imaginou antes o dia que iria encontrar sua tia.

Então mais uma vez Domênico salvou a pátria:

-Léia, seu irmão está nos esperando na sala para conversarmos sobre aquele assunto. Gwen você me espera ai com sua .


No mesmo momento em que Domênico fechou a porta que dava para a sala Gwen vira para Guilherme com uma expressão que ele já conhecia e imediatamente os dois aproveitaram a distração de Hortência para correr até a porta e espiar por uma fresta.

Em um canto meio afastado da sala estava um homem de cabelos negros ralos quase careca, seu rosto como o de todos naquela sala também não expressava alegria ou qualquer sentimento feliz, assim como Léia tinha a aparência de quem não dormia a dias. Logo Gwen deduziu que aquele devia ser seu tio.
Domênico puxa uma cadeira e senta de frente para seus dois filhos e diz:

- Vocês sabem bem que eu nunca fui um pai de ficar fazendo reuniõesinhas familiares, mas hoje eu chamei vocês aqui pra falar de dois assuntos sérios, que nós viemos protelando a um bom tempo.

O homem ao canto da sala, que se chamava Vítor, então se manifestou:

- Ah lá vem você com esses seus papinhos, eu tenho coisa melhor pra fazer do que ficar ouvindo um velho gaga delirando.

Assim o homem sai da casa batendo os pés.

- Está bebado pra variar, esse ai não faz mais nada a não ser beber, nem sei pra que você chamou ele, você sabe muito bem que ele nem quer saber da mamãe, ele é tão covarde que não aguenta nem olhar para o rosto de sua própria mãe - disse Léia.

- Mas eu não chamei vocês aqui só para falar de sua mãe, o assunto de sua mãe é muito complicado, o fato é que eu estou muito velho para cuidar dela sozinho, não consigo nem cuidar de mim direito, ou vocês passam a me ajudar ou irei ter que recorrer a última de minhas opções, vou ter que mandar tua mãe para uma clínica para idosos, um asilo.

- Mas pai, você sabe que eu faço de tudo para ajudar vocês, eu não tenho ninguém para me ajudar desde que meu marido morreu eu vivo de sua pensão, que já é curta demais para sustentar a mim mais a três filhos, todo o meu dinheiro que sobra é para comprar remédios para a mamãe.

- Eu sei disso minha filha, mas não preciso só de ajuda financeira, está ficando difícil de carregar sua mãe, de dar banho nela, levá-la ao banheiro e o mais difícil de tudo é lidar com essa choração, ela não pode ouvir nada, ver nada que começa a chorar.

- Pai, eu não posso fazer mais nada além do que eu já faço, acho também que nossa saída será juntar algumas economias e pagar uma clínica para ela mesmo.

Domênico acente tristemente com a cabeça.

Enquanto isso por de trás de uma porta Gwen e Guilherme se encaram e voltam a ouvir a conversa.

Depois de um tempo de silêncio Domênico diz:
- Mas esse não foi o maior motivo por eu ter te chamado aqui.
- Então qual foi.
- Hoje de manhã estava indo até a padaria e resolvi abrir a caixa de correio que não abria a muito tempo já que não recebo muita correspondência. Lá no fundo achei esse pedaço de papel amassado no meio de milhares de panfletos de lojas.

Então com a mão um pouco trêmula ele entrega o papel a Léia que o abre com cuidado para não rasgar o frágil papel:


Pai, sei que o senhor deve ter raiva de mim por tudo que eu já fiz, sei que o senhor já chegou a pensar várias vezes que eu estava morto, mas agora lhe suplico por ajuda, me meti em coisas que nunca devia ter entrado a anos atrás e agora estou sofrendo as consequências. Por favor não deixe que Max faça algum mal a minha filha nem a sua mãe, sei que ele irá procurá-las para me atingir de alguma forma.

Diga a Denise que eu não queria que as coisas terminassem daquela forma, eu a amava mas não estava pronto para essa vida de pai, nunca consegui pensar no bem de alguém que não fosse a mim mesmo.

Preciso que o senhor deixe na porta da casa de Max o bilhete anexo até o dia 27 de abril, por favor peço que não o leia.
Roberto


Léia termina de ler a carta e enquanto uma lágrima reluta para sair de seus olhos ela olha para seu pai e juntando todas suas forças pergunta:

- Isso já está na caixa de correio a 3 meses, você não olhou nesse tempo todo
- É, eu realmente não tinha o costume de conferir o correio
- E você já leu o bilhete
- Ainda não estava esperando você para lermos juntos.

Então eles abrem o pequeno envelope aonde tinha um papel menor do que o esperado, e nesse pedacinho de papel havia um endereço:

Rua Esmeralda, bairro das flores nº 239

Guilherme ainda em silêncio olha para Gwen e enquanto uma lágrima escorre de seu rosto ele a abraça e ela sussurra:

-Vou precisar mais ainda da sua ajuda agora.


Do outro lado da porta Domênico olha para Léia em busca de uma resposta:
- Você sabe aonde é isso

- Não
- Eu só sei que agora tenho a tarefa de cuidar dessa garota, se Max fizer alguma coisa a ela eu serei o culpado por não ter entregado esse bilhete a tempo.


Então Gwen desastrada como sempre tropeça em Guilherme ao se levantar. Em um susto eles aparecem do outro lado da porta.

Pronto, agora seu mais novo avô já sabia que ela era uma bisbilhoteira sem educação - pensou Gwen
Mas pelo contrário do que ela esperava Domênico não estava surpreso, pelo contrário parecia já saber de tudo.

E ele disse:

- Já sabia que você estava ai, não tem problema, já ia te contar tudo mesmo.

E depois de mais um momento de silêncio constrangedor Gwen diz:

- Eu vou ajudar o senhor com minha , tudo que estiver ao meu alcance eu irei fazer, mas eu preciso que o senhor me ajude a desvendar esse mistério do meu pai, eu preciso saber o que aconteceu com ele, e o que Max vem querendo.
Domênico pensou um pouco e disse:
- Feito.

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Bom pessoal por hoje é só, continuem ligados na nossa amada novela e comentem.

Bjs,

Mila

9 de jun. de 2011

Novela: 7º capítulo

8 horas da manhã de um domingo e o despertador toca ao som de mais uma bela música dos Beatles, Gwen levanta com os olhos pregando, nunca havia acordado tão cedo em um domingo, e também nunca tinha tido um sábado tão revelador como o passado.

Tonta de sono caminha até o quarto de sua mãe, abre a porta não querendo fazer muito barulho para não acordá-la no susto, senta ao seu lado na cama e por alguns minutos fica admirando seu sono profundo.
Não é possível que ela não fica nem um pouco curiosa - pensou Gwen


Então de leve ela cutuca o braço da mãe e um pouco assustada Denise acorda olhando para todos os lados, antes de avistar Gwen.
Assim que coloca os olhos na garota, ela diz com tom de raiva:

- O que você está fazendo aqui garota, já te disse mil vezes para não me acordar no domingo, eu trabalho a semana inteira e essa é a única hora que eu tenho para descansar.

E Gwen responde:

- Desculpe, eu só vim te avisar que eu estou indo para a casa da Lili.
- Mas de novo, o que você tanto faz lá.
- Ah mãe agente tá tendo que estudar para a prova final de matemática, hoje vou ficar lá mais tempo que ontem, pra botar toda a matéria em dia.
- Tá tá agora saia e me deixe dormir.

Gwen volta para seu quarto com uma pitada de indignação.

Quando pensou em fazer isso, pensou que iria ficar com remorsos de mentir assim para sua mãe, mas depois ela lembrou de como Denise era.


Com pressa enfia em sua bolsa surrada todas suas economias, seu celular desligado e um papel com um endereço anotado: Rua flor de fogo nº 174.

Para caso esquece-se o que sabia que não iria acontecer já que só pensava nisso.

Após trocar de roupa ela vai para a porta de sua casa para esperar Gui.
Haviam combinado de voltar até a casa de seu avô, mas antes queriam passar em um lugar.


Gwen olha para os lados
- Mas que bairro mais pacato - Ela exclamou
Então uma voz conhecida vem de trás:

- Isso mesmo garotinha, moramos em um bairro realmente pacato.

Gwen em um arrepio vira para trás, seu coração bate mais forte e seu estômago revira, antes que ela diga alguma coisa ele diz:

-Ora ora, quem diria, a única e própria Gwennever Bonkers aqui sentada no meio fio, a famosa garota da facada.
- Olá senhor Brad


Antes que percebe-sem os dois já estavam rindo, isso sempre acontecia quando estavam juntos, seus olhos se encontravam e por um momento eles sentiam que tudo o que o outro pensava estava em perfeita sintonia com seus pensamentos.

E Brad diz:
- Você anda sumida Gwen não foi no ensaio da banda ontem, o que aconteceu

Gwen havia esquecido completamente, o ensaio da banda...
Mas bem havia sido por uma boa causa, então ela diz:

- Eu sumida você que está sumido, não lancha mais com o povo e nem sai mais com agente. Afinal Brad o que aconteceu

Então Brad com uma cara de espanto diz:

- Olha as horas, tenho que ir, foi bom te ver Gwen, sentimos saudades da sua loucura.

Os dois riram e as pressas Brad vira a esquina.


Gwen não conseguia acreditar, que besteira falou, não devia ter perguntado aquilo, deve ser um assunto muito delicado para ele.

Mesmo sendo esperta como era Gwen perto de Brad ficava toda bobinha.

No meio de um suspiro de Gwen, Guilherme chega e diz:

- Então hoje você que tem o plano
- É as coisas podem mudar muito de um dia para outro


Assim os dois pegam um ônibus para o centro da cidade, saíram de sua cúpula. Era assim que eles costumavam chamar seu calmo bairro.
Ao descer do ônibus Gui se depara com uma badalada loja de roupas, e sem entender pergunta:

- Você tá brincando que você me fez acordar as 8 da manhã só pra comprar roupa não é Vévé.

- Na verdade é isso mesmo, mas é por uma boa causa, vamos comprar roupas para minha , não sei se você percebeu mas ontem ela estava com todas suas roupas rasgadas e tive a impressão de que Domênico não tem condições de comprar então peguei todas as minhas economias que vinha juntando pra comprar uma guitarra para isso.

- Gweeennn...eu sei quanto essa guitarra era importante para você, você tem certeza de que quer gastar assim seu dinheiro, afinal você ainda nem conhece sua direito.

- Não fale besteiras Guilherme! Você acha que depois de conhecer meus avós paternos e ver por tudo que eles passam eu teria coragem de torrar todo esse dinheiro em uma futilidade como uma guitarra nova, agora minhas prioridades mudaram.


Depois de um tempo Guilherme diz:

- Acho sua atitude muito nobre, sempre gostei muito de você, principalmente de suas atitudes não esperadas, sempre soube que por trás dessa faixada de garota má havia um belo coração.


Sem saber o que dizer Gwen simplesmente sorri.

Depois de 3 horas economias feitas por anos são todas gastas em roupas novas para Hortência, os amigos também aproveitam para comprar shampoo e condicionador para os cabelos maltratados da velha senhora.


Mais alguns minutos e o ônibus para próximo a rua Flor de Fogo, nada por ali havia mudado...Mas claro que não, que idiotice, por que haveria de mudar alguma coisa em um dia, mas para ela parecia outra vida.


Por um momento param e tocam campainha no número 174, cheio de sacolas nas mãos Guilherme percebe que as pessoas na rua continuavam com os olhares tortos, não tanto como os de ontem, mas ainda havia dúvida em seus olhares.

E Domênico abre a porta e diz:

- Sabia que vocês viriam hoje, você realmente parece com seu pai.
Sem entender muito o comentário Gwen adentra a casa.

Antes que um dos dois pudesse dizer alguma coisa Domênico já se antecipa:

- Então aposto que você veio aqui para saber mais sobre seu pai

- Também, não nego, mas também vim porque quero conhecer melhor sobre minha família, sobre minha e meus tios, e a única pessoa que eu tenho para me dizer isso é o senhor.

- Então você veio em um bom dia, eu justamente chamei seus tios aqui para conversar sobre sua .

- Ótimo, eu até trousse algumas coisas para ela...

Nesse momento a fala de Gwen foi cortada por Domênico:
- Não quero o dinheiro vindo de sua mãe, não quero dinheiro de ninguém nem sua caridade.

E Gwen assustada com a reação de seu mais novo avô responde:

- Não é caridade.

Então a campainha toca novamente, os moradores da rua Flor de Fogo nunca viram o número 174 tão movimentado assim como naquele final de semana.

Assim que ouve a campainha Domênico que estava prestes a dizer algo a Gwen para e diz:
- Vou atender, deve ser seus tios, depois terminamos essa conversa.


Sem saber o que fazer enquanto esperava Gwen ignorando a existência de Gui, caminha quase que automaticamente em direção ao quarto de Hortência.

Com a televisão em um volume baixo e cobertas remendadas por cima, Hortência olhava fixamente para a televisão, apesar de não parecer que está prestando muita atenção no programa de vendas que te seduz a comprar um Grill com mil e uma funções.
Ao ver os garotos ela diz com a voz abafada de quem não fala a algum tempo:

- Quem são vocês

E Gwen a lembra:
- Eu sou sua neta, a senhora se lembra, fomos apresentadas ontem.

E para a surpresa de Gwen a mulher não diz mais nada, em vez disso começa a chorar.


E mais uma voz conhecida vem por trás de Gwen, mas dessa vez ela não conseguira reconhecer a voz, a voz lhe era como uma lembrança distante:

- Quem é você

Diz uma mulher de em média uns 50 anos, muito magra e abatida, com cara de cansada e olheiras enormes.

Gwen logo soube que aquela era sua tia, a semelhança era incrível, desde o nariz arrebitado que nunca soube de quem havia puxado até hoje, até os olhos negros como jabuticabas.


Mas a mulher não trazia no rosto uma expressão bondosa, pelo contrário, era intimidadora e pelo visto estava com raiva de Gwen por algum motivo, talvez por ter feito sua mãe chorar ou por mais alguma coisa que Gwen ainda não sabia de seu passado.
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É isso ai pessoal, espero que estejam gostando das aventuras de Gwen Bonkers.

Quero agradecer a vocês leitores do blog, pela sensação maravilhosa que vocês me proporcionam de depois de escrever um texto abrir o blog e ver lá vários comentários, muito obrigada mesmo.

Nunca guarde para si mesmo o que você pensa, comentar é se expressar, e nos dias de hoje aonde a liberdade de expressão é uma coisa tão comum temos que valorizá-la mais do que nunca, NUNCA, repito NUNCA tenha vergonha de se expressar diga tudo de importante que você tem a dizer.


Bjs,

Mila
 
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